quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ninho de Flores


O fel da morte já bate em meus calcanhares,
E garoa lá fora,
Procuro me afastar da janela, pois sei que o chão sempre me chama,
E garoa lá fora,
Sempre procuro dizer alguma coisa, o problema é que nem eu mesmo me ouso,
E garoa lá fora,
Anda tenho medo de cair no vicio do álcool, sempre fácil de entrar,
Agora a chuva começa a chegar,
Sempre nesta nostalgia, procurando encontrar com o que as coisas se parecem,
Agora chove lá fora,
O vento sempre toca em meu rosto de uma maneira diferente, nunca trazendo novidades de outras terras, mas sempre me dizendo que esta terra já não é minha a muito,
Um relâmpago agora clareia meus olhos,
O problema é que as giletes perderam o fio,
Ainda chove lá fora,
Quando se esta sozinho costuma se falar consigo mesmo, sem dar muita atenção ao que se fala, e quando abre-se os lábios a vida sai como vapor em dias de frio,
A chuva agora aumento, acho que terei de enfrentá-la, gota por gota,
E minha cama sempre tão quente, sempre com cara de mãe, de cabana, de feto, de afeto,
A chuva agora esta calma,
Acho que M. pensou que mais um passo não faria diferença,
O sol voltou, mas a vida continua cinza,
Sei por que gosto de dia cinzas, porque nesses dias nossas vidas parecem menos escuras.

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